Em meio a tantas informações sobre fones, como analisar um fone? Ou melhor dizendo, o que define se um fone é bom ou não? É exatamente isso que vou te mostrar ao longo do post.
O que define se um fone é bom?
O primeiro passo para entender o que define se um fone é bom ou não, é entender o que NÃO DEFINE se um fone é bom ou não. Pode parecer confuso, mas vai fazer total sentido nos próximos parágrafos.
Diferente de outros produtos e equipamentos, fones não são tão objetivos quanto parecem, principalmente, quanto à qualidade sonora do mesmo. Um bom exemplo disso é procurar por um notebook ou celular para comprar, basta ler as informações de hardware do dispositivo e você já sabe, de maneira superficial, se ele é bom ou não.
E digo de maneira superficial, porque o dispositivo pode ter outros problemas, como problemas no sistema operacional, travamentos, ser mal-acabado, etc. Mas, ainda assim, você consegue dizer que vale a pena ou não aquele equipamento.
No caso de fones, nem mesmo uma noção superficial podemos conseguir lendo a descrição do mesmo. Para exemplificar, compare os dados técnicos de hardware de dois fones:
Fone 1:
- Frequência de resposta: 12 Hz – 40.500 Hz
- Nível de pressão sonora (SPL): 97 dB
- Impedância nominal: 300 Ω
Fone 2:
- Frequência de resposta: 20 Hz – 20.00 Hz
- Nível de pressão sonora (SPL): 91 dB
- Impedância nominal: 32 Ω
Qual dos dois fones você diria que é o melhor? O primeiro ou o segundo?
Infelizmente, não dá para dizer qual é melhor apenas com essas informações. Podemos dizer até que, para a maioria das pessoas, são informações que não vão ter nenhuma utilidade.
E eu sei que você deve estar pensando: mas afinal, se essas informações são praticamente inúteis, o que realmente importa em um fone?
O que realmente importa
Antes de tudo, é importante explicar que “bom” é algo extremamente relativo, ainda mais falando de áudio, música, equipamentos de áudio, etc. Visto que, aquilo que é bom para mim pode não ser bom para você e vice-versa.
Ainda assim, é possível chegar a um consenso sobre o que pode ser considerado como um bom fone. E, de forma bem direta, o que define se um fone é bom ou não, é o fato dele conseguir entregar um tuning e uma qualidade sonora que seja do seu agrado. Além, é claro, de estar dentro do seu orçamento.
Tuning
O tuning, nada mais é do que o equilíbrio tonal entre as diferentes faixas do espectro audível humano, que vai de 20 Hz até 20 kHz (20 mil Hertz). Em outras palavras, tuning é justamente o equilíbrio entre os graves, médios, e agudos.
Entender esse simples detalhe vai definir o tipo de fone que vai funcionar melhor para você. Isso porque, cada pessoa possui uma preferência em termos de tuning.
Nesse sentido, cabe a você testar os diferentes tipos de tuning e identificar quais você prefere. Visto que, esse é um ponto que depende totalmente do seu gosto pessoal. Inclusive, já temos um post completo sobre tuning aqui no blog, confira:
Nele eu explico detalhadamente o que é tuning; o motivo dele ser tão importante; o que seria o tuning ideal; os tipos de tuning; e qual o melhor tuning.
Todavia, com relação ao tuning, os preferidos e mais buscados são:
- V-shape: graves e agudos mais destacados com os médios bem recuados;
- U-shape: graves e agudos mais destacados com os médios recuados;
- Bright: graves e médios neutros com os agudos mais destacados;
- Neutro: graves, médios e agudos equilibrados;
- Dark: agudos recuados;
- Warm: graves e médios destacados com os agudos neutros;
- Mid-Forward: graves e agudos neutros com os médios mais destacados.
E se você estiver em dúvida sobre qual você prefere, eu sempre recomendo testar primeiro um fone com tuning neutro. Uma vez que, ele serve como um guia para você entender qual tuning você prefere. Nesse sentido, um fone neutro com excelente custo-benefício é o recém-lançado Moondrop Chu II.
Custo-benefício
Tão importante quanto o tuning, é a relação custo-benefício do fone. Isto é, o quanto aquele fone consegue trazer de benefício pelo preço pago. Afinal, de nada adianta você comprar um fone “caro” se a qualidade sonora dele é de um fone de um quinto do preço.
Ainda assim, é importante destacar que, quanto mais recursos o fone possui, mais caro ele se torna. Um bom exemplo disso são os fones bluetooth que, em geral, custariam 1/3 do preço se fossem com fio.
Em outras palavras, você pode encontrar facilmente um fone de R$ 200 com fio que possui a mesma qualidade sonora de um fone de R$ 600 ou mais.
Mas claro, se você precisa de um fone sem fio, não há o que fazer nesse ponto. Visto que, você terá que pagar a mais por conta do bluetooh e demais recursos do fone (bateria, cancelamento de ruído, etc.).
Agora, se você só está em busca de um fone com melhor qualidade sonora, independente de ser com fio ou sem, existem muitas opções com um excelente custo-benefício disponíveis no mercado, principalmente quando falamos de fones in-ears. Alguns exemplos são:
- Moondrop Chu II (neutro);
- CCA CRA (curva em “U”);
- ZS10 Pro X (curva em “V”);
- KZ D-FI (neutro, porém, mais caloroso que o Chu II).
Teste
Por fim, mas não menos importante, é essencial que você teste o fone que você quer comprar. E, caso você não tenha como testar, busque por reviews mais técnicos e detalhados sobre o fone que você quer comprar.
Assim, é quase certo que não vai perder dinheiro comprando um fone que você não faz a menor ideia de como é, como acontece com tantos fones “famosos e recomendados” por aí.
Então, até o próximo post!
Leia também:
- Qual o melhor fone para retorno de palco?
- Como conservar seus fones de ouvido
- Por que músicos usam fones em shows?
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