Síndrome do Impostor

No post de hoje, vou falar de um tema um pouco diferente, a síndrome do impostor. Também conhecida como o Among Us da vida real. Não entendeu? Então, calma que eu vou explicar. E melhor, dando um belo exemplo:

Alguma vez você já sentiu que é uma fraude?
Medo de expor seu trabalho para outras pessoas?
Sente com frequência a necessidade de se provar para si mesmo e para os outros?
Sente que não merece o reconhecimento (ou sucesso) que você tem?
Que as outras pessoas são sempre mais capazes que você?
Medo de enfrentar novos desafios?

Se você respondeu sim para uma dessas perguntas, muito provavelmente você sofre da síndrome do impostor… Mas afinal, o que é essa tal síndrome do impostor?

Acesso rápido

A síndrome do impostor é um fenômeno em que pessoas capacitadas (e supercapacitadas) sentem uma inferioridade ilusória. De modo que, sentem que não são “tão capacitadas” para realizar uma determinada tarefa. Subestimando assim suas próprias habilidades.

E pior, achando que as pessoas menos capazes são tão boas quanto ou até melhores que elas. O que faz com que, frequentemente a pessoa sinta que chegou onde chegou simplesmente por sorte, ou estar no lugar certo e na hora certa. E até mesmo que as outras pessoas supervalorizaram suas habilidades.

Vale destacar que a síndrome do impostor é o exato oposto do Efeito Dunning-Kruger, em que as pessoas não conseguem ver as suas próprias incompetências. Sentindo assim, uma superioridade ilusória.

Causas da Síndrome do Impostor

A síndrome do imposto é algo muito comum, mais até do que você possa imaginar. E qualquer pessoa pode ser afetada por ela em algum momento de sua vida. Principalmente se tiver ligação direta com algum desses fatores:

Depressão;
Ansiedade;
Baixa autoestima;
Automonitoramento excessivo;
Expectativas familiares altas;
Cursos de pós graduação;
Pais superprotetores;
Perfeccionismo.

Além disso, esses fatores não são excludentes entre si. Ou seja, a pessoa pode vir a ter síndrome do impostor por estar ligada a apenas um ou mais de um desses fatores.

Principais Características da Síndrome do Impostor

Entre as principais características da síndrome do impostor estão:

Perfeccionismo;
Autossabotagem;
Medo de se expor;
Tentar se provar o todo tempo;
Se comparar com outras pessoas;
Sentimento de medo e culpa pelo sucesso;
Necessidade de se esforçar de mais;
Medo de falhar.

E se você se sente assim, não se culpe. Afinal, essa síndrome é extremamente comum, e várias pessoas bem sucedidas já passaram por isso.

Neil Gaiman

E um belo exemplo de pessoa bem sucedida que passou por isso é o autor e escritor Neil Gaiman. Que não apenas revelou ter passado por isso, como deu o seguinte conselho (em seu Tumblr) a um fã que estava passando pela mesma situação:

A melhor ajuda que posso oferecer é apontar para você o livro de Amy Cuddy, Presence. Ela fala sobre a Síndrome do Impostor (e me entrevista nele) e oferece uma visão útil.

A segunda melhor ajuda pode ser na forma de uma anedota. Há alguns anos, tive a sorte de ser convidado para uma reunião de grandes e boas pessoas: artistas e cientistas, escritores e descobridores de coisas. E eu senti que a qualquer momento eles perceberiam que eu não estava qualificado para estar lá, entre essas pessoas que realmente fizeram coisas.

Na minha segunda ou terceira noite lá, eu estava de pé no fundo do corredor, enquanto um entretenimento musical acontecia, e comecei a conversar com um cavalheiro idoso muito simpático e educado sobre várias coisas, incluindo nosso primeiro nome compartilhado. E então ele apontou para o corredor de pessoas e disse palavras como: “Eu simplesmente olho para todas essas pessoas e penso, o que diabos estou fazendo aqui? Eles fizeram coisas incríveis. Eu simplesmente fui para onde fui enviado. ”

E eu disse: “Sim. Mas você foi o primeiro homem na lua. Acho que isso conta para alguma coisa. ”

E me senti um pouco melhor. Porque se Neil Armstrong se sentia um impostor, talvez todo mundo se sentisse. Talvez não houvesse adultos, apenas pessoas que trabalharam duro e também tiveram sorte e estavam um pouco perdidas, todos nós fazendo o melhor trabalho que podíamos, que é tudo o que realmente podemos esperar.

É possível Superar a Síndrome do Impostor?

E a resposta é sim, mas não é algo fácil. Afinal, é um trabalho árduo e continuo. Pensando nisso, separei algumas dicas para te ajudar a superar definitivamente a síndrome do impostor:

Procure ajuda

E nesse ponto é interessante que você tenha uma pessoa, ou um grupo de pessoas com quem se sinta a vontade para falar sobre o assunto. Então, não surpreenda-se se mais alguém revelar que sofre com isso também.

E vale lembrar ainda que a ajuda profissional é sempre bem vinda. Então, se você já vai a um psicologo, esse é um ponto muito importante de se trabalhar lá. E se ainda não vai, esse é um mais do que um bom motivo para você começar a ir.

Deixe o perfeccionismo de lado

A busca incansável pela perfeição é algo tão eficaz quanto tentar pegar água com uma peneira. Afinal, sempre vai ter “algo” pra melhorar. Então, em vez de buscar incansavelmente o perfeccionismo no que você está fazendo, busque finalizá-lo. Assim você conseguirá avaliar ao final os pontos de melhoria e aplicar em próximos trabalhos.

Não se compare

Melhor dizendo, se compare sim, mas com você mesmo. Ou seja, quando for fazer uma comparação, compare seu trabalho mais antigo com o seu trabalho atual. Isso te ajudará inclusive a reconhecer sua evolução.

Afaste-se de pessoas tóxicas

Isso mesmo, afastar-se delas, mesmo que sejam pessoas próximas (amigos e familiares). Fazendo isso, você vai perceber quase que imediatamente como o seu dia a dia vai melhorar em todos os aspectos (e não, não é exagero).

Aprenda a reconhecer suas conquistas:

As vezes menosprezamos nossas conquistas, mas isso é exatamente o oposto do que devemos fazer. Então, recomendo que você faça o seguinte, pegue uma folha e anote cada uma das suas conquistas, mesmo as menores. Depois, emoldure a folha e coloque em um local que você consiga visualizar diariamente. Assim, você sempre se lembrará das suas conquistas.

Exponha seu trabalho

Não tenha medo de expor seus trabalhos devido a criticas ou opiniões alheias. Simplesmente exponha-os, seja em redes sociais ou presencialmente.

Seja seletivo com as criticas

Por fim, seja seletivo com as criticas… Afinal, criticas são sempre bem vindas, mas calma que não é qualquer crítica. Quando alguém fizer uma crítica sobre seu trabalho, avalie onde essa pessoa já chegou.

Isto é, se é uma pessoa que já chegou profissionalmente ou artisticamente onde você quer chegar. Se ela já chegou onde você quer chegar e fez uma critica, anote os pontos de melhoria e coloque-os em prática. Agora, se a pessoa não chegou onde você quer chegar, ou pior, não tem o mínimo de conhecimento sobre o assunto, ignore completamente a crítica feita.

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